domingo, 22 de julho de 2012

Mercado de luxo se sustenta apesar de câmbio desfavorável



Achei interessante esta matéria e divido com vocês.
Apoiado principalmente no aumento do poder aquisitivo da população e na educação dos brasileiros para o consumo de marcas, o mercado de luxo está em franca expansão no país. De acordo com dados do estudo O Mercado do Luxo no Brasil 2010/2011 realizado pela GfK Custom Research Brasil, durante o período, o segmento movimentou cerca de R$ 15,7 bilhões, cifra que representa um crescimento de 28% em comparação ao ano anterior. Para 2012, as projeções de faturamento ficam em torno de R$ 22,6 bilhões. Com a valorização do dólar, a expectativa é que os ajustes de preço, seforem repassados, não mexam muito com essas cifras. Isso porque a concorrência aumentou. 
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Campanha do perfume Manifesto - Foto: Reprodução

O crescente protagonismo do Brasil no cenário econômico internacional tem feito com que muitas empresas multinacionais direcionem operações para cá, o que promove o desenvolvimento do luxo. "A partir do momento que aumenta a concorrência, é possível oferecer valores mais acessíveis à população e é natural que esse mercado cresça", explica o diretor institucional da MCF. Outros fatores que impulsionam as vendas são o aumento do poder de compra, da renda e da facilidade de crédito no País.

Fortemente sustentado pela venda de artigos importados, o mercado de luxo repercute diretamente os efeitos da alta do dólar, mas o impacto causado pela valorização não é transferido de imediato para o consumidor. Kosmann conta que, inicialmente, as empresas do luxo absorvem a diferença de preços, que é repassada ao comprador com a estabilização da moeda. Segundo o executivo, a expectativa é que todas as linhas de produto sejam afetadas da mesma forma; o que varia entre as marcas é o tempo até que o ajuste dos preços seja efetuado. As mais propensas a terem prejuízos decorrentes da oscilação do dólar são aquelas cujos negócios são sazonais. "Existem produtos que são mais atemporais, como os relógios. A moda sofre mais com isso por causa das coleções, e hoje ainda tem marcas que lançam novidades o tempo todo", observa Kosmann. 
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Campanha Louis Vuitton - Foto: Reprodução

Apesar disso e da alta carga de impostos, os setores de roupas, acessórios e calçados permanecem como os mais lucrativos do mercado de luxo brasileiro. Algumas grifes, como a Armani, têm investido na democratização da marca com a criação de linhas de produtos a preços mais acessíveis (no caso, a Armani Exchange). Em seguida no ranking, estão os cosméticos e a perfumaria em 2010, o faturamento do ramo no Brasil chegou aos US$ 6 bilhões, ultrapassando as vendas dos Estados Unidos e colocando o país na posição de líder mundial no consumo de perfumes. "Isso tem muito a ver com a classe aspiracional, com o consumidor que deseja e compra perfumes em 10 parcelas de R$ 400 em lojas de departamento", diz Kosmann. O parcelamento é um dos motivos que justifica a popularidade desses setores. "Diferentemente da compra de um carro de R$ 700 mil, as pessoas podem parcelar uma bolsa de R$ 10 mil em dez vezes", observa o executivo.

A valorização do dólar deixa os veículos de luxo sujeitos a pesados aumentos de preço, com o agravante de que quase nenhuma das grandes marcas tem planos de fabricar no Brasil, uma das premissas para a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Assim como nos pacotes convencionais, a instabilidade da moeda americana também prejudica a compra de viagens de luxo e refreia os investimentos do brasileiro que tem por hábito ser um consumidor impulsivo nas compras no exterior. "O consumidor vai continuar comprando; talvez não no mesmo ritmo, mas o mercado vai seguir aumentando, apesar dos movimentos contrários", afirma Kosmann.

Fonte: Jornal do Brasil

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